Arquivo mensal: julho 2009

Lar Doce Lar – HemisFair Arena – Parte 1

No “Passando a Limpo” dessa semana, começaremos uma série de três artigos sobre as arenas em que o San Antonio Spurs jogou em sua história. São três os ginásios: a HemisFair Arena, de 1973 à 93, o Alamodome, de 1993 a 2002, e o AT&T Center (SBC Center até 2005), de 2002 até os dias atuais. Começaremos pelo primeiro ginásio do time, a HemisFair Arena.

HemisFair Arena (1973-93)

A HemisFair Arena foi a primeira casa do Spurs quando se mudaram de Dallas, como Chaparrals, para San Antonio, mudando seu nome. Ela foi originalmente construída como parte da Conferência Mundial de 1968, que foi chamada de HemisFair. O complexo foi construído ao lado da Tower of The Americas, um dos mais conhecidos monumentos de San Antonio.

A arena inicialmente suportava 10164 espectadores. A primeira partida do Spurs no ginásio aconteceu em 10 de outubro de 1973, na abertura da ABA, contra o San Diego Conquistadors, sendo derrotado por 121 a 106, na frente de 5879 espectadores. O All-Star Game de 1975 da ABA também aconteceu na HemisFair Arena.

Assim que as partidas do San Antonio começaram a estar sempre lotadas, o teto da arena foi levantado e reconstruído no verão de 1977, criando uma arquibancada superior que aumentou os lugares para 16057. Por causa dessa construção, grandes colunas foram colocadas do teto ao chão, criando assim alguns lugares que tinham a visão obstruída por essas colunas. Aconteciam também no complexo as festas na noite do Draft, onde os fãs festejam as escolhas do time no recrutamento de jogadores advindos de outros países e das universidades.

Imagem das cadeiras mais altas da Hemisfair Arena

Imagem das cadeiras mais altas da Hemisfair Arena

O ginásio era conhecido em sua época como um dos mais barulhentos da NBA, e também pelos torcedores fanáticos chamados de “Baseline Bums”, que eram um grupo de apaixonados pelo Spurs, que sempre estavam bêbados e atormentavam a vida dos times dos times visitantes.

Grandes momentos da história do Spurs também aconteceram nessa arena, como os tempos da ABA e a era do George “The Iceman” Gervin, o ingresso do Spurs na NBA em 1976, o logotipo colorido e o início da era de David Robinson. O Houston Rockets também mandou alguns de seus  jogos na arena durante a temporada de 1972-73 da NBA.

O último jogo do Spurs na HemisFair Arena aconteceu em 20 de maio de 1993, quando o San Antonio perdeu para o Phoenix Suns valendo pelas semi-finais da Conferência Oeste nos Playoffs, quando Charles Barkley conseguiu uma cesta nos últimos segundos da partida sobre David Robinson.

Na próxima semana, continuaremos com a segunda parte da série “Lar Doce Lar”, para falar sobre o Alamodome. Fique com algumas imagens da HemisFair Arena, que foi demolida em 1995.

Denver Nuggets – Ameaça real ou meros frangos empanados?

Eles passaram a ser um time competitivo de uma hora para outra. Com um elenco considerado “de vidro” por algumas pessoas e “problemático” por outras, eles não trouxeram ninguém de peso nesse período dos free agents e nem tampouco estão envolvidos em muitos rumores. Ainda assim, é inegável que esse time está firme na disputa pelo título da conferência oeste e da NBA. É claro que estamos falando do Denver Nuggets. Por que diabos essa equipe se tornou tão forte em pouco tempo e o que a difere das outras equipes competitivas da sua conferência?

O Nuggets passou muitos anos sem ir aos playoffs e ganhou uma atenção especial dos brasileiros após ter draftado Nenê, o primeiro brasileiro da nova geração a ir para a NBA. Com a chegada do astro Carmelo Anthony, o time deu uma visível melhorada, que não foi tão vista com a chegada do seu segundo astro Allen Iverson. Por duas vezes, um Nuggets despreparado se deparou com o San Antonio Spurs nos playoffs como visível candidato e tomar uma surra, e nas duas deu um pequeno susto ao vencer o jogo 1, mas logo perdendo os próximos quatro. Em ambas as épocas, ninguém esperava uma derrota do Spurs, mas hoje, se nos depararmos com uma série de playoffs entre essas equipes, ninguém prevê o resultado. E para explicar isso há uma série de fatores.

Pra começar, a única mudança significativa no elenco, a saída de Iverson e a chegada de Chauncey Billups. Bem, é simplesmente ridículo você ver as estatísticas de um time e ver que o terceiro maior pontuador da equipe tinha 6.7 pontos de média, atrás dos vinte e qualquer coisa de Melo e Iverson. Por mais que a dupla soubesse defender (e não sabia), não existe uma equipe vencedora sem trabalho de equipe, e torcedores do Spurs que acompanharam pelo menos os três últimos títulos sabem como ninguém como o trabalho em equipe torna um time vencedor. Talvez não seja culpa dos dois, afinal eles têm características parecidas. São excelentes pontuadores, não gostam de defender e com um armador de origem ao lado eles podem fazer milagres. E foi o que aconteceu.

Chauncey Billups é o armador dos sonhos de qualquer equipe da NBA. Talvez tenha sido o armador que melhor sabe passar a bola e armar um jogo de fato depois de Jason Kidd. Além de fazer a maioria da sua equipe crescer, o iminente amadurecimento de Carmelo Anthony contribuiu para tornar a dupla uma das mais mortíferas da conferência oeste. Não que ele tenha se tornado um Bruce Bowen ou tenha aprendido a dar menos que 5 turnovers por jogo (quem tem ele em algum fantasy sabe do que eu estou falando), mas Carmelo sabe que tem que abrir os braços e pular pra defender, sabe que tem que procurar seus companheiros quando tem chance e quando precisa resolver sabe que tem capacidade pra isso. É questão de tempo para se tornar um Paul Pierce melhorado, na minha opinião.

Outro fator que contribuiu para a boa campanha do último ano foi a saúde “não tão frágil” do garrafão da equipe. Kenyon Martin e Nenê é uma dupla que de nenhuma maneira é ruim dentro de quadra! Mas os salários e as contusões não os fazem render o que eles podem, especialmente nosso monobola preferido. Nenê em bom estado tem condições suficientes de marcar qualquer Tim Duncan da vida, o que tornaria o garrafão forte no papel. Tudo isso somado ao entrosamento garantiu ao Nuggets um time filé (sacou o trocadilho? UAHSUHAUSU). Por último, mas não menos importante, os titulares não seriam nada sem os carregadores de piano.

Chris Andersen. Não dava nada por esse cara a uns anos atrás. Um pivô branco metido a bad boy, cheio de tatuagens, que não fez nada além de atrapalhar seu companheiro de equipe J.R. Smith no torneio de enterradas de 2004/2005 e que ganhou uma punição por doping na liga. Quem se interessaria por ele?? Pois o Nuggets se interessou, e agora colhe os frutos. Jogando bem mais do que deveria graças ao garrafão de vidro, Andersen vem contribuindo com bons números. Isso sem falar de JR Smith, o crazy shooter mais perigoso da NBA, mais perigoso que o próprio LeBron James. Ora, é claro que é! O LeBron você sabe que, marcando bem ou não, ele no mínimo passa dos dois dígitos contra o seu time. Agora o JR Smith? Num dia ele marca 1 ponto fazendo 0,1% nos 3 pontos, no outro marca 50 pontos acertando 9 de 10 chutes. É o jogador mais imprevisível da NBA brincando, mas que rende bem mais do que rende mal. Não podemos esquecer de excelentes nomes como Anthony Carter, Linas Kleiza e Johan Petro (tá, nem tão excelente assim).

Artest no Lakers, Richard Jefferson no Spurs, Shawn Marion no Mavericks. Todos os times concorrentes se movimentando e a única coisa que o Nuggets trouxe foi Aaron Affalo. Se ele é ruim? Ainda me lembro quando torcedores do Pistons falavam que o time estava extremamente bem servido no futuro com Stuckey, Prince, Affalo e McDyess. Bem, dois já foram embora. Affalo é um bom guard que pode dar muitos minutos de descanso à Billups, mas não é um terço comparado às mudanças que seus rivais diretos fizeram. Será isso excesso de confiança, falta de mercado ou simplesmente o time não buscou nada, sendo assim podendo ser descartado dos concorrentes ao título?

Mas de jeito nenhum. Ainda me lembro daquele Lakers em que Kobe chorou, chorou e o máximo que conseguiu foi um Derek Fisher velho de volta. Mas por milagre de Deus, o time voltou jogando melhor, no mês seguinte trouxeram Gasol e o time foi campeão do oeste. Portanto, de maneira nenhuma podemos descartar o Nuggets. Até porque eu ainda o vejo na frente do Mavericks e do Hornets, apesar das mudanças. O fato é que muitas coisas podem colocar o time na frente, atrás ou equiparado ao Spurs. A saúde do garrafão é uma delas. Os problemas extra quadra também. E, por que não dizer, a falta de sorte do time de estar justo na conferência que mais se reforça para a temporada que está por vir.

Popovich é incluído em lista histórica nos Estados Unidos

Treinador do San Antonio Spurs desde 1996 e um dos grandes responsáveis pela ótima fase que a equipe vive desde então, Gregg Popovich recebeu nesta quarta-feira uma ótima notícia. O técnico da franquia texana foi incluído em uma lista que nomeou os 50 maiores treinadores da história do esporte nos Estados Unidos.

Popovich alcançou a 49ª colocação no ranking em questão por todos os seus feitos a frente do Spurs. Comandando a equipe texana, o treinador obteve quatro anéis de campeão, montando grandes times sempre com seu olhar apurado na hora de recrutar calouros nos drafts. O armador Tony Parker e o ala-armador Manu Ginobili são exemplos da percepção de Popovich, uma vez que foram selecionados em posições baixas e hoje estão entre os melhores de suas respectivas posições.

A lista ainda inclui alguns outros técnicos que participam ou participavam da liga norte-americana de basquete. O basquete universitário ocupa a primeira posição do ranking, representado pelo treinador John Wooden, que fez história no comando da Indiana State University e da UCLA. Outros nomes conhecidos da lista (confira na íntegra abaixo) são Phil Jackson, atual treinador do Los Angeles Lakers, e Red Auerbach, ex-treinador que fez história no Boston Celtics.

Os 50 melhores treinadores da História do Esporte dos Estados Unidos

1. John Wooden, basquete universitário
2. Vince Lombardi, NFL
3. Bear Bryant, futebol americano universitário
4. Phil Jackson, NBA
5. Don Shula, NFL
6. Red Auerbach, NBA
7. Scotty Bowman, NHL
8. Dean Smith, basquete universitário
9. Casey Stengel, MLB
10. Knute Rockne, futebol americano universitário
11. Pat Summitt, basquete universitário feminino
12. Paul Brown, NFL
13. Joe Paterno, futebol americano universitário
14. George Halas, NFL
15. Chuck Noll, NFL
16. Bob Knight, basquete universitário
17. Joe Gibbs, NFL
18. Tom Landry, NFL
19. Mike Krzyzewski, basquete universitário
20. Bill Belichick, NFL
21. Adolph Rupp, basquete universitário
22. Joe McCarthy, MLB
23. Eddie Robinson, futebol americano universitário
24. Bobby Bowden, futebol americano universitário
25. John McGraw, MLB
26. Bill Walsh, NFL
27. Woody Hayes, futebol americano universitário
28. Connie Mack, MLB
29. Bud Wilkinson, futebol americano universitário
30. Pat Riley, NBA
31. Pete Newell, basquete universitário
32. Joe Torre, MLB
33. Bill Parcells, NFL
34. Tom Osborne, futebol americano universitário
35. Walter Alston, MLB
36. Bo Schembechler, futebol americano universitário
37. Toe Blake, NHL
38. Sparky Anderson, MLB
39. Al Arbour, NHL
40. Amos Alonzo Stagg, futebol americano universitário
41. Tony La Russa, MLB
42. Geno Auriemma, basquete universitário feminino
43. Dick Irvin, NHL
44. Ara Parseghian, futebol americano universitário
45. Chuck Daly, NBA
46. Bobby Cox, MLB
47. Hank Iba, basquete universitário
48. Tommy Lasorda, MLB
49. Gregg Popovich, NBA
50. Herb Brooks, NHL

“Vim pelo anel”, afirma Ratliff

Mais recente dos reforços apresentados pelo San Antonio Spurs para a disputa da temporada 2009/10, o pivô Theo Ratliff fez seu primeiro discurso após anunciar oficialmente seu compromisso com a franquia do Texas, que terá duração de um ano e valerá o mínimo para veteranos. Em suas primeiras palavras como um Spur, o veterano foi otimista, e falou que escolheu o Spurs pelo planejamento apresentado a curto prazo para ele.

“Tive algumas propostas de outros times, mas preferi vir jogar em San Antonio. O time é fantástico, tem um treinador que está entre os melhores da História e tem um elenco admirável, que conta com um dos jogadores que eu mais admiro na liga, o Duncan”, disse Ratliff. “Vim para cá pelo projeto que me apresentaram. É algo duradouro, mas que deve ter efetividade imediata. Vim pelo anel”, completou.

Spurs jogará contra time grego

Gregos do Olympiakos serão adversários do Spurs na pré-temporada

A diretoria do Spurs oficializou nesta terça-feira um acordo ratificado na última segunda que viabilizará a realização de uma partida de pré-temporada contra o Olympiakos, da Grécia. O time grego visitará o AT&T Center para a partida, que será realizada no próximo dia 9 de outubro e que faz parte do projeto Euroleague American Tour 2009. O grande destaque dos visitantes é o ala Josh Childress, ex-jogador do Atlanta Hawks.

Oeste costa-a-costa

Caros leitores do Spurs Brasil,

Pegarei carona na coluna publicada por nosso novo articulista, Renan Ronchi, na última quarta-feira, na qual ele analisou muito bem a situação de alguns dos times que movimentaram o mercado da NBA nessa offseason.

Partirei um pouco mais a fundo na discussão proposta pelo Renan e me apegarei à conferência Oeste, lado da liga no qual atua o San Antonio Spurs. Levarei em conta todas as negociações fechadas até a última sexta-feira, 24 de julho.

O “x” da questão

Talvez seja estranho começar uma análise partindo logo para o dito “x” da questão. Mas faço deste modo pois penso que essa parte, talvez, seja a de menos importância. Quando utilizo essa expressão popular, a distorço um pouco, pois não a utilizarei em seu sentido mais usado. Parando de falar do que realmente não interessa, vamos aos finalmentes.

Muito discutida nos últimos anos, a supremacia dos times da conferência Oeste, que era para muitos quase que uma regra, tem sido ameaçada pela ascenção de times do Leste, que recentemente têm dividido a soberania da NBA com as equipes da costa pacífica dos EUA. Os títulos de Detroit Pistons, Miami Heat e, mais recentemente, Boston Celtics quebraram uma hegemonia que parecia se estender entre o Spurs e o Los Angeles Lakers. As duas franquias do Oeste continuam como as maiores vencedoras da liga nos últimos 12 anos, mas o equilíbrio parece ir se reestabelecendo aos poucos.

O “x” da questão, então, nada mais é do que o equilíbrio entre as conferências. A soberania construída principalmente por Spurs e Lakers foi e está sendo seriamente ameaçada. E creio que é a partir deste ponto que as movimentações surgiram.

As potências

Um dos maiores problemas nas discussões que envolvem a NBA está na definição de suas grandes forças. Deixarei de lado, é claro, a liga toda e me atentarei apenas à conferência que estou enfatizando.

Penso hoje que o Oeste tem dois reais candidatos ao título: os já citados algumas vezes Spurs e Lakers. Torcedores do Denver Nuggets, do Portland TrailBlazers, do Dallas Mavericks e do New Orleans Hornets podem me odiar, me xingar e voltar daqui a alguns meses esfregando na minha cara que eu errei, mas hoje só enxergo esses dois com reais chances de competir com as potências do Leste – que, ao meu ver, são o também já citado Celtics, o Orlando Magic e o Cleveland Cavaliers.

Mas o fato de apenas dois times serem francos favoritos ao títulos dentro do Oeste não tira os méritos das outras equipes – claro, as já citadas até aqui.

A força dos coadjuvantes

É neste ponto que os feijões começam a ser separados, como diria o ditado. A força dos concorrentes que atuam no Oeste mas que não são favoritos ao título faz a diferença dentro da própria conferência e, bem ou mal, acaba fazendo a diferença para as franquias que nela estão.

Todos sabemos que times da mesma conferência se enfrentam mais vezes dentro da temporada regular. Sendo assim, os 82 jogos que antecedem a pós-temporada terão teor mais complicado para os favoritos do Oeste. Afinal, enfrentar o Blazers de Andre Miller – belíssima contratação, por sinal -, LaMarcus Aldrigde, Brandon Roy e Greg Oden é muito mais complicado do que estar frente-a-frente com o Charlotte Bobcats de Gerald Wallace e… só.

No quesito coadjuvantes o Oeste tem muito mais potencial de surpresa. Blazers, Nuggets, Mavericks e Hornets são equipes que podem surpreender e chegar longe, diferente de franquias como o Heat ou o Atlanta Hawks, coadjuvantes de maior relevância no Leste. E isso faz total diferença no final das contas para os times que vão mais longe em cada conferência. A melhor preparação dos que estão no lado do Pacífico devido à enorme concorrência é evidente.

Houston, we have a problem

A análise do Oeste não deveria terminar de maneira diferente. O Houston Rockets é um dos times do momento da conferência, mas não se destaca por seu papel nas negociações ou pela formação de um grande esquadrão. Após perder o gigante pivô Yao Ming por um ano ou mais devido a uma cirurgia que o chinês sofreu no pé, as chances de pós-temporada do time que agora é comandado por Tracy McGrady são, ao meu ver, nulas.

Como fez o Spurs ao perder seu grande pivô David Robinson por quase uma temporada, torcedores do Rockets parecem, em partes, almejar algumas derrotas para a equipe visando uma boa colocação no próximo recrutamento de calouros. A esperança de encontrar em algum jovem o que foi (e é) Tim Duncan para o Spurs parece estar acesa em diversos torcedores do time rubro.

E o garoto John Wall é tido por muitos como o grande nome para a primeira escolha do próximo recrutamento. Muitos já sonham com ele e Yao formando uma dupla vitoriosa. McGrady deve sair do time ao final de seu contrato, que termina nesta temporada, e, com o dinheiro em caixa, a chegada de um grande agente livre não é descartada. A temporada de sonhos está aberta em Houston…