Arquivo mensal: dezembro 2009
Mr. Wild Thing!
Eu vou ser sincero e dizer que não sou daqueles grandes entusiastas do estilo de jogo do brasileiro Anderson Varejão. Acho ele desajeitado, limitado tecnicamente… um verdadeiro brucutu (futebolisticamente falando). Contudo, como tenho um pouco de massa cinzenta (como gosta de dizer o Belluzzo) aqui dentro, não posso negar sua eficiência para o esquema de jogo do Cleveland Cavaliers.
A ‘coisa selvagem’, como os americanos chamam o Varejão, pode ter todos os problemas técnicos do mundo, pode ser desordenado, esquisito… mas suas qualidades acabam, por fim, superando seus defeitos. Ele energiza o time quando entra em quadra, é raçudo ao extremo, corre atrás de todas as jogadas com muita vontade… é disso que o Cavs precisa. Ou melhor, é disso que o LeBron James precisa; de um elenco de coadjuvantes que se disponham a serví-lo.
Mo Williams deixou de ser o ‘fominha’ da época do Bucks e passou a jogar com inteligência, Shaq sabe que para ganhar mais um anel terá que se sujeitar a poucos e eficientes minutos em quadra, Ilgauskas sempre será o ‘fiel escudeiro’ do LeBron. Todos os jogadores citados acima sabem que têm grandes chances de se tornarem campeões da NBA. Para isso, eles fazem o ‘trabalho sujo’ e ajudam a estrela maior a decidir os jogos. É nesse esquema solidário que o Cavs atropelhou o Lakers e vem subindo cada vez mais pelas tabelas – já é o primeiro da Conferência Leste e o segundo do geral.
Varejão tem sua marca nesse time. Com médias de 8.0 pontos e 7.9 rebotes por jogo, o brasileiro mostra a cada dia que soube se adaptar como ninguém ao estilo de jogo da liga norte-americana. A prova cabal disso aconteceu na noite de ontem, diante do excelente Atlanta Hawks. Em 32 minutos em quadra, a ‘coisa selvagem’ marcou 14 pontos (6-8), pegou nove rebotes e distribuiu três tocos. Para coroar a noite de gala, Varejão foi o cara decisivo do Cavs.
Pois é! Quem pensa que LeBron James decidiu o jogo está enganado. Bem marcado, o astro se viu obrigado a passar a última bola para o armador Mo Williams. O ‘baixinho’ se viu ainda mais atrapalhado que seu companheiro e, para não perder a posse de bola, arriscou a sorte e colocou a ‘redonda’ nas mãos do Wild Thing. Num dia normal, o Varejão mandaria uma ‘air ball’ daquelas de fazer qualquer um sentir vergonha alheia. No dia dele, no entanto, o tiro de três caiu certeiro, perfeito…
O esporte proporciona dessas. Essa cesta é como o gol daquele cara grosso de bola que nunca soube sequer chutar na vida e do nada arranca um petardo na ‘gaveta’. A única palavra que me resta dizer ao brasileiro é: parabéns!
A você, leitor do Spurs Brasil, um ótimo ano novo. Que 2010 seja repleto de vitórias para a nossa equipe! Até lá… antes disso, fique com a jogada marcante do Mr. Wild Thing.
Spurs (18-11) vs. Heat (16-13) – Temporada regular
San Antonio Spurs vs. Miami Heat – Temporada Regular
Data: 31/12/2009
Horário: 22:00 (Horário de Brasília)
Local: AT&T Center
Situação do Jogo
O San Antonio Spurs tenta entrar no ano novo embalado; já são quatro vitórias consecutivas, marca que será colocada em jogo hoje, diante do Miami Heat – que perdeu ontem fora de casa para o New Orleans Hornets. Contra equipes com mais de 50% de aproveitamento – como é o caso do adversário de hoje – o San Antonio Spurs venceu apenas um de 11 confrontos, contra o Dallas Mavericks, no começo de novembro – curiosamente, em uma partida em que os texanos não contavam com Parker e Duncan.
.
PG – Tony Parker
SG – Keith Bogans/Manu Ginobili
SF – Richard Jefferson
PF – DeJuan Blair
C – Tim Duncan
Fique de olho – Ter o argentino saudável vindo do banco de reservas pode ser o detalhe que falta para que o San Antonio Spurs brigue pelo título. No último jogo, contra o Tiberwolves, Manu beirou o triple-double; foram 14 pontos, dez assistências e nove rebotes. Na temporada, as médias do argentino são de 12,9 pontos, quatro assistências e 3,2 rebotes.
.
PG – Carlos Arroyo
SG – Dwyane Wade
SF – Quentin Richardson
PF – Michael Beasley
C – Jermaine O’Neal
Fique de olho – Finalmente saudável, O’Neal vem sendo uma peça importante para a boa campanha do Heat. O pivô perdeu apenas três jogos da equipe na temporada, e vem com médias de 13,2 pontos e 7,1 rebotes por partida.
O bom Ginobili voltou…
Um triple-double quase coroou a excelente fase vivida por Manu Ginobili nas últimas partidas. Ontem, com passes mirabolantes e jogadas de todos os tipos, o argentino impressionou até os companheiros. Na vitória do San Antonio Spurs por 117 a 99 diante do Minnesota Timberwolves, o camisa #20 anotou 14 pontos, pegou nove rebotes e distribuiu dez assistências.
“Ele pode jogar [a bola] por detrás das costas, pelos pés”, brincou o novato ala-pivô DeJuan Blair. “Ele pode fazer qualquer coisa, é fantástico!”, elogiou. Manu também ganhou elogios de outro jovem, o armador George Hill. “Ele tem um monte de truques na sua mala”, brincou. “Quando ele está correndo para o contra-ataque, temos que ficar atentos. Ele poderá jogar a bola pelas pernas, pelas costas, por qualquer lugar”, completou.
O argentino está de olho em um novo contrato com o San Antonio Spurs. Por isso, sabe que tem que dar o seu melhor dentro de quadra para encher os olhos de R.C Buford, General Manager da equipe. Quando perguntado se esses últimos jogos podem impressionar Buford, o técnico Gregg Popovich foi categórico: “Ele observou isso”.
Manu foi humilde; sabe que precisa do elenco tanto quanto a equipe necessita dele. Quando Popovich perguntou se ele queria ficar mais tempo em quadra para tentar pegar o décimo rebote e assim coroar a noite com um triple-double, ele simplesmente negou. “Acredito que um triple-double seja excelente para fins estatísticos”, disse. “Para mim não é! Não iria forçar isso”, finalizou.
Abaixo, junto às dez melhores jogadas da noite na NBA, você pode conferir alguns dos malabarismos feitos pelo argentino ontem. Vale a pena assistir!
Spurs (18-11) vs. Timberwolves (7-25) – Reservas de luxo
117X99
O San Antonio Spurs conseguiu ontem mais uma vitória ao derrotar, com facilidade, o Minnesota Timberwolves pelo placar de 117 a 99 jogando no AT&T Center. O resultado manteve a equipe texana na quinta colocação da Conferência Oeste.

Ginobili marca de perto o novato Jonny Flynn. Argentino ficou a um rebote do triplo-duplo (Photo by D. Clarke Evans/NBAE via Getty Images)
Mais uma vez, o Spurs começou a partida com Tony Parker, Keith Bogans, Richard Jefferson, DeJuan Blair e Tim Duncan. Vamos ver se o novato será mantido no quinteto inicial após o retorno de Matt Bonner.
A chave para a vitória do time, porém, estava do banco; os ala-armadores Roger Mason, com 18 pontos, e Manu Ginobili, que quase fez um triple-double, fizeram, talvez, o grande jogo de suas temporadas.

Roger Mason atormentou a defesa adversária com suas bolas de 3 (Photo by D. Clarke Evans/NBAE via Getty Images)
O começo da partida foi marcado por um equilíbrio que duraria pouco tempo. O Spurs já dominava o placar, mas a talentosa equipe do Wolves não deixava com que os texanos disparassem. Com isso, o fim da primeira parcial apontava vitória de 29 a 24 para Manu e companhia – o argentino liderava a equipe com seis pontos.
No segundo período, o elenco claramente superior do Spurs começou a fazer a diferença. Os reservas ajudaram com que a equipe texana finalmente desgarrasse no placar, e descesse para o vestiário vencendo por 66 a 52. Mason e Jefferson lideravam a equipe com 17 pontos cada.
No terceiro quarto, o Wolves conseguiu equilibrar as ações, e não deixou com que a dianteira do Spurs aumentasse muito. Porém, Flynn, Love, Jefferson e companhia não conseguiam encostar no placar, e os texanos, comandados por Duncan, já com 17 pontos nesta altura, entrariam no período derradeiro vencendo por 89 a 73.
No último quarto, a equipe mostrou maturidade para manter a dianteira no placar e não deixar os adversários reagirem. Sem sofrer do costumeiro apagão, o Spurs saia vencedor de mais uma partida; 117 a 99.
A equipe de San Antonio volta à quadra nesta quinta feira; recebe a forte equipe do Miami Heat. O Wolves tem compromisso ainda hoje; recebe o Utah Jazz.
Confira os melhores momentos da terceira vitória consecutiva do Spurs
Destaques da Partida
San Antonio Spurs
Richard Jefferson – 24 pontos, seis rebotes e três assistências
Roger Mason – 18 pontos, cinco rebotes e três assistências
Tim Duncan – 17 pontos, dez rebotes e dois tocos
Manu Ginobili – 14 pontos, dez assistências, nove rebotes e três roubadas de bola
Tony Parker – 12 pontos e oito assistências
DeJuan Blair – 11 pontos e seis rebotes
Minnesota Timberwolves
Al Jefferson – 20 pontos, oito rebotes e três assistências
Kevin Love – 18 pontos e 12 rebotes
Jonny Flynn – 17 pontos e duas assistências
Corey Brewer – 14 pontos e três rebotes
Spurs (17-11) vs. Timberwolves (7-24) – Temporada regular
San Antonio Spurs vs. Minnesota Timberwolves – Temporada Regular
Data: 29/12/2009
Horário: 23:30 (Horário de Brasília)
Local: AT&T Center
Situação do Jogo
Sem fazer grande alarde – como é constumeiro da equipe nos últimos anos – o San Antonio Spurs venceu oito de suas últimas dez partidas e saltou para a quinta colocação da Conferência Oeste. A sequência pode ser ampliada hoje, quando o time texano recebe o Minnesota Timberwolves, equipe que, apesar de talentosa, tem a segunda pior campanha da Liga. É bem verdade que a maioria das vitórias do Spurs foram sobre equipes de recorde negativo. Por isso, um triunfo hoje será fundamental para a partida de quinta-feira, diante do Miami Heat. O ala-armador Michael Finley e o ala-pivô Matt Bonner, lesionados, seguem desfalcando a equipe texana.
.
PG – Tony Parker
SG – Keith Bogans
SF – Richard Jefferson
PF – DeJuan Blair
C – Tim Duncan
Fique de olho – O armador francês Tony Parker declarou recentemente que pretende deixar de lado sua faceta “assistente” e passar a ser mais agressivo em relação a cesta. Na última partida, contra o New York Knicks, ele foi o cestinha do Spurs com 22 pontos. Na temporada, Parker tem média de 16,6 pontos, 5,6 assistências e 2,8 rebotes em 31,1 minutos por jogo.
.
PG – Jonny Flynn
SG – Corey Brewer
SF – Damien Wilkins
PF – Kevin Love
C – Al Jefferson
Fique de olho – O armador novato dos Wolves vem fazendo uma boa temporada de estreia; até aqui, são médias de 14,3 pontos, 4,2 assistências e 2,3 rebotes em 29,3 minutos por partida. Boas campanhas são fundamentais para Flynn, que deve sofrer nas próximas temporadas com a sombra de Ricky Rubio. Vamos ver como o jovem jogador se comporta marcando Tony Parker hoje.
Você precisa fazer login para comentar.