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Spurs seleciona Vassell e Jones no Draft

O San Antonio Spurs viveu um dia movimentado nessa quarta-feira (18). A franquia texana selecionou Devin Vassell e Tre Jones no Draft e exerceu opções contratuais para transformar Jakob Poeltl, Quinndary Weatherspoon e Drew Eubanks em agentes livres restritos.

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Devin Vassell, novo jogador do Spurs (repridy

Vassel foi selecionado pelo Spurs na 11ª escolha do Draft. Ala-armador de 20 anos de idade e 2,01m de altura, o jogador acaba de concluir sua segunda temporada no basquete universitário americano, na qual obteve médias de 12,7 pontos (49% FG, 41,5% 3 PT, 73,8% FT) e 5,1 rebotes em 28,8 minutos por exibição por Florida State. Foi eleito para o segundo time ideal de sua conferência na campanha.

De acordo com Mike Schmitz, analista da ESPN americana, Vassel tem como pontos fortes as ferramentas físicas, mesmo não estando entre os prospectos mais atléticos do Draft, e o potencial para ser um tradicional ala 3-and-D na NBA, convertendo bolas de longa distância mesmo com uma mecânica pouco convencional e marcando armadores adversários em certos momentos. Além disso, tem algum potencial como criador de arremessos e apresentou melhora no controle de bola. Sua principal deficiência seria o entendimento do jogo, dos dois lados da quadra.

Na escolha 41, o Spurs selecionou Tre Jones. Armador de 20 anos de idade e 1,91m de altura, o jogador acaba de concluir sua segunda temporada no basquete universitário, na qual apresentou médias de 16,2 pontos (42,3% FG, 36,1% 3 PT, 77,1% FT), 6,4 assistências e 4,2 rebotes em 35,4 minutos por exibição por Duke. Foi eleito o melhor jogador e o melhor defensor da conferência na campanha.

Para Jonathan Givony, analista da ESPN americana, Jones caiu até a escolha 41 por causa da quantidade de bons armadores da classe e por conta das dúvidas em relação à sua consistência como arremessador – ele saltou de 26,2% para 36,1% de aproveitamento nas bolas de 3 em suas duas temporadas no basquete universitário. Mas sua capacidade de criar jogadas e sua defesa o colocam como candidato a ter uma carreira na NBA.

Além disso, de acordo com Bobby Marks, jornalista da ESPN americana, o Spurs exerceu opções contratuais para transformar Poeltl, Weatherspoon e Eubanks em agentes livres restritos. Assim, eles podem negociar livremente com quaisquer franquias, mas o alvinegro tem o direito de cobrir propostas se quiser mantê-los.

Quem o Spurs deve selecionar no Draft de 2020?

Com chances cada vez mais remotas de chegar aos playoffs e em meio à incerteza sobre a continuidade da temporada 2019/2020, o San Antonio Spurs tem de, cada vez mais, concentrar esforços no próximo Draft. Se por um lado especialistas dizem que a classe não é muito forte, por outro o recrutamento de calouros é sempre uma boa oportunidade para se encontrar jogadores promissores que ganham um salário baixo nos seus primeiros anos na liga.

Deni Avdija, talvez o prospecto mais desejável para o Spurs (Reprodução/eurohoops.net)

A franquia texana, em especial, tem uma chance histórica no Draft. Oficialmente, o alvinegro não participa da loteria desde 1997, quando selecionou ninguém menos do que Tim Duncan. Em 2011, o Indiana Pacers recrutou Kawhi Leonard na 15ª colocação e o enviou para o Spurs em troca de George Hill. Foi a escolha mais alta desde que o lendário camisa #21 começou a defender a equipe de San Antonio.

Para entender a posição do Spurs rumo ao Draft, é preciso entender como funciona a loteria. Todo ano, as franquias que estão fora dos playoffs se reúnem para um sorteio que define quem serão os quatro primeiros a escolher. As equipes de pior campanha têm mais chances de ganharem as primeiras soluções. A partir do quinto lugar, tudo é ordenado de acordo com os recordes do time.

Do jeito que a classificação da NBA ficou com a pausa, o Spurs tem a 11ª pior campanha da liga. Se fosse assim para a loteria, a franquia texana teria 2% de chance de saltar para a primeira posição, 2,2% de chances de saltar para a segunda, 2,4% de chances de saltar para a terceira e 2,8% de chances de saltar para a quarta de acordo com o site Tankathon. O alvinegro teria ainda 77,6% de chance de conservar a 11ª colocação, 12,6% de ser ultrapassado por uma franquia e cair para 12º, 0,4% de ser ultrapassado por duas franquias e cair para 13º e uma possibilidade ínfima de ser ultrapassado por três franquias e cair para 14º.

Em outras palavras, o Spurs teria sua melhor escolha desde o Draft de Tim Duncan mesmo no cenário mais pessimista possível. E a possibilidade de selecionar um calouro desde as quatro primeiras posições até a 14ª faz com que seja necessário para a franquia analisar a maior quantidade possível de prospectos. Sem, claro, esquecer quais são suas necessidades.

Em 2017, de acordo com matéria publicada pela agência de notícias Associated Press, Brad Stevens, técnico do Boston Celtics e uma das mentes mais brilhantes da NBA, disse acreditar que hoje existem apenas três posições no basquete. Para ele, os papeis que se vê hoje em quadra são condutor de bola, ala e homem de garrafão, ainda que existam jogadores capazes de exercer duas ou mais funções. A abordagem moderna ajuda a perceber como há um buraco no elenco do Spurs.

Dejounte Murray, enquanto não aprender a arremessar, precisa jogar como condutor de bola para não estagnar o ataque do Spurs. O mesmo pode ser dito de DeMar DeRozan, que, apesar da possibilidade de deixar a franquia, tem a opção de renovar unilateralmente seu contrato para a próxima temporada. Derrick White e Lonnie Waker podem atuar sem a laranja porque são ameaças do perímetro, mas parecem funcionar melhor com ela em mãos.

Enquanto isso, o Spurs tem LaMarcus Aldridge, talvez melhor jogador do elenco, como homem de garrafão. Além disso, Jakob Poeltl será agente livre restrito ao fim da temporada, e seus bons momentos pelo alvinegro levam a crer que será feito o possível para mantê-lo. Ainda há Luka Samanic, que tem contrato garantido para a próxima temporada, Trey Lyles, que tem contrato parcialmente garantido, e Chimezie Metu, que tem contrato não garantido. Por fim, a franquia texana tem os direitos de Nikola Milutinov, sólido pivô do Olympiacos.

Embora seja possível acreditar que White, Walker, Samanic, Lyles e Metu possam jogar como alas, fica claro que essa é a função em que o Spurs tem o maior buraco. O pivô croata jogou apenas 12 minutos nesta temporada, e os dois últimos não tem permanência assegurada. Os únicos jogadores que parecem ser mais naturais da função e que têm contrato garantido para 2020/2021 são Patty Mills, que faz boa temporada como arremessador, Keldon Johnson, promissor mas ainda inexperiente, e Rudy Gay, já em natural curva decadente de fim de carreira.

Para a sorte do Spurs, existem alas sólidos na loteria. Veja, a seguir, quem combinaria bem com o que o Spurs precisa.

Deni Avdija

Ala de 19 anos de idade e 2,05m de altura, Deni Avdija tem tamanho para jogar como ala-pivô na NBA e habilidade e criatividade de um armador, combinação que chama atenção. Desde o começo do ano, o jogador tem ganhado espaço na rotação do Maccabi Tel Aviv, fazendo boas partidas tanto no campeonato nacional quanto na Euroliga. Na temporada, apresenta médias de 7,7 pontos e 4,1 rebotes em 19,8 minutos por exibição, convertendo 51,4% de suas tentativas de quadra, 33,6% de suas bolas de três pontos e 52% de seus lances livres. Sua mecânica de arremessos preocupa olheiros, mas melhorou ao longo da campanha. É candidato às três primeiras escolhas do Draft, e o Spurs teria que dar sorte para conseguir selecioná-lo.

Isaac Okoro

Ala de 19 anos de idade e 1,98m de altura, Isaac Okoro tem as ferramentas típicas de um ala da NBA. Considerado um dos melhores defensores da NCAA, ainda contribui ofensivamente com seu controle de bola e sua visão de jogo, além de se dedicar às partes que exigem mais ética de trabalho do jogo, como rebotes. Existe, no entanto, preocupação com sua mecânica de arremesso e, consequentemente, com seu impacto sem a bola. Nesta temporada, sua primeira no basquete universitário americano, teve médias de 12,9 pontos e 4,4 rebotes em 31,5 minutos por exibição por Auburn, com 51,4% de aproveitamento nos arremessos de quadra, 29% nas bolas de três e 67,2% nos lances livres. Deve estar disponível nas quatro primeiras colocações, mas dificilmente chegaria à 11ª.

Tyrese Haliburton

Armador de 20 anos de idade 1,96m de altura, Tyrese Haliburton é um jogador de muito QI de basquete e altruísmo, o que o faz parecer um fit natural para o Spurs. Como tem grande aproveitamento nos arremessos, mas abre mão de bolas fáceis para assistir seus companheiros com frequência, é adorado por franquias que valorizam os números, mas levanta preocupação de quem prefere observar os prospectos mais de perto. De qualquer jeito, funcionaria bem ao lado de um condutor de bola como Dejounte Murray ou DeMar DeRozan, já que tem altura e fundamentos bons o bastante para marcar jogadores da posição dois, por exemplo. Na temporada, sua segunda no basquete universitário americano, apresenta médias de 15,2 pontos, 6,5 assistências, 5,9 rebotes e 2,5 roubadas de bola em 36,7 minutos por exibição por Iowa State, convertendo 50,4% de seus arremessos de quadra, 41,9% de seus tiros de três e 82,2% de seus lances livres. Pode estar disponível quando a 11ª escolha chegar.

Saddiq Bey

Ala de 20 anos de idade e 2,03m de altura, Saddiq Bey é o típico jogador que franquias da NBA buscam para colocar ao redor de seus astros. Especialista em defesa e em tiros do perímetro, marcou jogadores das posições 1, 2, 3 e 4 na NCAA. Na temporada, sua segunda no basquete universitário americano, tem médias de 16,1 pontos e 4,7 rebotes em 33,9 minutos por exibição por Villanova, convertendo 47,7% de seus arremessos de quadra, 45,1% de suas bolas de três e 76,9% de seus lances livres. Deve estar disponível quando a 11ª escolha chegar.

Devin Vassell

Ala-armador de 19 anos de idade e 1,98m de altura, Devin Vassell viu sua cotação ir subindo ao longo da temporada por ser o role player dos sonhos da NBA moderna. Apesar de não ter um controle de bola que o permita atacar a cesta e nem um atleticismo de destaque, é um bom defensor e converte tiros do perímetro com antecedência, o que o torna um bom encaixe em qualquer equipe. Na temporada, sua segunda no basquete universitário americano, apresentou médias de 12,7 pontos e 5,1 rebotes em 28,8 minutos por exibição por Florida State, convertendo 49% de seus arremessos de quadra, 41,5% de suas bolas de três e 73,8% de seus lances livres. Deve estar disponível quando a 11ª escolha chegar.

Quem o Spurs escolheu no Draft de 2019

Um ala-pivô e dois alas-armadores: esse foi o saldo do San Antonio Spurs no Draft de 2019, realizado nessa quinta-feira (20), em Nova York. Carente principalmente de opções para as posições 3 e 4, a franquia texana, que tradicionalmente seleciona o melhor jogador disponível, parece ter olhado com um pouco mais de carinho para as necessidades de seu elenco ao escolher Luka Samanic na 19ª colocação e Keldon Johnson na 29ª. Na segunda rodada, o alvinegro fugiu um pouco do script ao fisgar Quinndary Weatherspoon na 49ª posição.

Como dito na análise pré-Draft do Spurs Brasil, as alas foram o principal problema do time de San Antonio na temporada 2018/2019. Entre as opções disponíveis, apenas DeMar DeRozan e Davis Bertans seguem sob contrato. Rudy Gay é agente livre irrestrito, embora a imprensa americana trabalhe com a informação de que ele tende a renovar contrato com a franquia.

Vale lembrar, porém, a postura conservadora que o treinador Gregg Popovich costuma adotar com os seus novatos. A maioria não costuma ganhar muitos minutos competitivos, especialmente em jogos importantes. Com isso, é de se esperar que Samanic e Johnson vão passar um ano prioritariamente se desenvolvendo e aprendendo o esquema tático do time no Austin Spurs antes de tentarem entrar na rotação da equipe de San Antonio.

Se de fato manter Gay e não renovar com Quincy Pondexter, Dante Cunningham e Donatas Motiejunas, o Spurs terá 12 jogadores sob contrato para a temporada 2019/2020. Com Samanic e Johnson, esse número sobe para 14, deixando só uma vaga aberta. Ela pode ser um de agente livre, de um stash como Nikola Milutinov ou de Weatherspoon, que também pode assinar um contrato no formato two-way. Em outras palavras, as grandes novidades para a próxima campanha devem ser o retorno de lesão de Dejounte Murray e o processo de maturação de Lonnie Walker e Chimezie Metu, que concluíram o tal ano de adaptação na G-League e podem enfim disputar tempo de quadra na equipe de Popovich.

Isto posto, vamos ao que se pode esperar dos novos jogadores ligados ao Spurs a médio e longo prazo. Para isso, tomemos como base análises de Jonathan Givony, da ESPN, e Sam Vecenie, do The Athletic, respeitados analistas de prospectos da imprensa americana.

Luka Samanic

Comissário da NBA, Adam Silver recebe Luka Samanic (Reprodução/foxsports.com)

Comissário da NBA, Adam Silver recebe Luka Samanic (Reprodução/foxsports.com)

Quem acompanhou o noticiário ligado ao Spurs nas últimas semanas sabia o quanto a franquia estava interessada em Samanic. General Manager da franquia, R.C. Buford foi pessoalmente até a Europa para observar o jogador, que ainda fez treinos privados com representantes da comissão técnica do alvinegro e teve bom desempenho no Combine, principal evento pré-Draft para os prospectos de destaque. Porém, quando a escolha 19 chegou, nomes como Nassir Little e Brandon Clarke, que estavam projetados para o top 10, ainda estavam disponíveis, o que fez com que o recrutamento do europeu provocasse certa decepção.

Ala croata de 19 anos de idade e 2,10m de altura, Samanic teve médias de oito pontos (48,4% FG, 33,8% 3 PT, 72,2% FT) e 4,8 rebotes em 18,4 minutos por exibição na última temporada, sua primeira como profissional, defendendo as cores do Union Olimpija. Algumas das suas qualidades casam perfeitamente com o que o Spurs costuma procurar e valorizar, já que trata-se de um jogador habilidoso, inteligente e com boa visão de quadra.

Com sua combinação de ferramentas físicas e técnicas, Samanic pode se tornar uma grande arma ofensiva no pick-and-roll. Isso porque tem capacidade para arremessar, para atacar o aro ou para passar a bola após receber passes em movimento. Além disso, pode jogar de costas para a cesta, pode espaçar a quadra como arremessador do perímetro e pode até mesmo usar a habilidade para atacar adversários mais lentos a partir do drible. Tudo isso porque, apesar do tamanho, se destaca pela coordenação motora, pela agilidade e pela fluidez dos movimentos.

Porém, apesar de saber fazer um pouco tudo, Samanic não é elite em nenhum fundamento ofensivo e ainda precisa trabalhar em todas as áreas do jogo. Além disso, costuma ter dificuldades para finalizar sob contato, e a tradicional temporada de novato em Austin será importantíssima para que ele aprenda a lidar com o nível de atleticismo da NBA. Por fim, precisa trabalhar também o aspecto mental, já que costuma reagir mal quando erra arremessos seguidos e precisa manter-se focado para ser consistente em momentos de adversidade.

Na defesa, a versatilidade de Samanic parece ser ainda mais importante do que no ataque. Isso porque o ala-pivô tem pés leves o bastante para defender jogadores de perímetro em trocas de marcação. Além disso, a dificuldade que ele tem para produzir sob contato ofensivamente não existe aqui, e sua capacidade de ser “duro” na marcação e na proteção do aro foi uma das maiores evoluções do seu jogo em sua primeira temporada como profissional.

Em outras palavras, se conseguir se desenvolver bem, Samanic pode atuar ao lado de qualquer jogador de garrafão do elenco do Spurs. Pode espaçar a quadra para LaMarcus Aldridge e Jakob Poeltl e pode jogar como pivô tradicional quando Davis Bertans ou Rudy Gay estiverem na posição 4. Além disso, tem potencial para formar dupla de interessante versatilidade dos dois lados da quadra com Chimezie Metu. Analisando o plantel, talvez tenha de fato um encaixe mais natural do que Brandon Clarke teria. Mas talvez a franquia se arrependa de não ter selecionado Nassir Little, que parece ser justamente o ala que a equipe estava precisando.

Keldon Johnson

Keldon Johnson com boné do Spurs (Reprodução/kentucky.com)

Quando a escolha 29 chegou, a maioria dos jogadores interessantes com tamanho de um ala moderno da NBA já havia sido escolhida. Neste cenário, restou ao Spurs selecionar Keldon Johnson. Ala-armador de 19 anos de idade e 1,98m de altura, acaba de concluir sua primeira temporada no basquete universitário americano, na qual apresentou médias de 13,5 pontos (46,1% FG, 38,1% 3 PT, 70,3% FT) e 5,9 rebotes em 30,7 minutos por exibição defendendo as cores de Kentucky. Com sua listagem oficial de tamanho, já se torna o segundo jogador mais alto de perímetro do elenco, superando Dejounte Murray, Marco Belinelli e Lonnie Walker, todos com 1,96m, e ficando atrás somente de DeMar DeRozan, que tem 2,01m.

Apesar de não ter exatamente a altura de que o Spurs sente falta, Johnson compensa com força física e uma enorme envergadura, o que pode fazer até com que ele exerça a função de Rudy Gay como um ala-pivô mais leve em escalações mais baixas. Além disso, tem outras virtudes que podem ser muito úteis nesse plantel. Entre elas, duas chamam atenção por serem características que a franquia costuma valorizar: a dedicação na defesa e o caráter no vestiário, que combina bem com a cultura que o alvinegro tenta desenvolver.

É justamente na defesa que Johnson pode encontrar seu caminho para o sucesso no Spurs. Marcador e reboteiro competitivo, costuma jogar deste lado da quadra com firmeza, confiança e intensidade. Por isso, é de se imaginar que o ala-armador pode ser alguém útil mesmo se não evoluir muito em outras habilidades. Porém, ainda precisa desenvolver um pouco seus instintos e aprender como pode ser efetivo ao tentar conter jogadores menores e mais rápidos.

No ataque, Johnson pode usar a força física para atacar o aro se tiver uma rota aberta para isso, especialmente em transição, e é capaz de converter bolas de três pontos se estiver livres e com os dois pés estabelecidos no chão. Porém, não é um arremessador dinâmico, tem uma mecânica lenta e não consegue produzir para ele mesmo ofensivamente com consistência.

Em outras palavras, o prospecto pode se tornar um complemento útil em um elenco cheio de jogadores capazes de criarem com a bola nas mãos, como Dejounte Murray, Derrick White, DeMar DeRozan e LaMarcus Aldridge. Qualquer coisa além disso será uma agradável surpresa.

Quinndary Weatherspoon

Vai demorar até a gente aprender a escrever Weatherspoon (Reprodução/clarionledger.com)

Na segunda rodada, em uma altura em que o Draft já estava caminando para a sua reta final, o Spurs pareceu olhar menos para as necessidades do elenco e simplesmente pegou o jogador que mais lhe interessava. Ala-armador de 22 anos de idade e 1,93m de altura, Quinndary Weatherspoon acaba de concluir a sua quarta e última temporada no basquete universitário americano, na qual apresentou médias de 18,5 pontos (50,8% FG, 39,6% 3 PT, 80,9% FT) e 4,7 rebotes em 34 minutos por exibição defendendo as cores de Mississippi State.

A princípio, é difícil imaginar como um jogador desse tamanho pode entrar em uma rotação que tem Dejounte Murray, Patty Mills, Bryn Forbes, Derrick White, DeMarDeRozan e Marco Belinelli para as posições 1 e 2. Mas Weatherspoon compensa a falta de altura com envergadura típica de um ala-pivô e muita força física, o que dá ao jogador muita versatilidade, especialmente na defesa. Assim, é comparado a Gary Harris, titular do Denver Nuggets.

A velocidade dos seus pés, seu espírito competitivo e sua perícia em antecipações fazem com que Weatherspoon seja uma escolha de valor nesta altura do Draft. Além disso, ele se tornou um arremessador confiável em sua última temporada na NCAA, convertendo bolas de três pontos quando conseguia plantar os dois pés no chão apesar da mecânica lenta. Além disso, pode funcionar como um condutor de bola secundário, já que é capaz de criar a partir do pick-and-roll.

O ala-armador se apresentou bem no Portsmouth Invitational e no Draft Combine, dois importantes eventos para prospectos nos Estados Unidos no processo que antecede o recrutamento de calouros, e foi premiado com a escolha do Spurs. Agora, vai precisar batalhar muito para conseguir cavar uma vaga no elenco profissional e se firmar na rotação de Popovich.

Quem são os novatos escolhidos pelo Spurs no Draft

Fala esporas! Nessa quinta-feira (21), aconteceu o Draft da NBA, sediado na Barclays Arena, arena do Brooklyn Nets. O San Antonio Spurs possuía as escolhas número 18, a mais alta desde o recrutamento de Tim Duncan, e número 49. Os dois escolhidos da noite foram eles: Lonnie Walker IV, ala-armador de Miami, e Chimezie Metu, pivô de USC. Hoje, começo a analisar a dupla. Este especial será dividido em duas partes: a primeira falando sobre o jogador de perímetro, e a segunda sobre o jogador de garrafão. Vamos para a análise:

Lonnie Walker em ação por Miami (Reprodução/Sports Illustrated)

Lonnie Walker IV

Idade: 19 anos

Nacionalidade: Americano

Como chegou no draft? Freshman (calouro do college)

Posições: Armador e ala-armador

Altura: 6’4 (1,94m)

Principais médias gerais (2017-2018): 16,6 pontos, 3,7 rebotes, 2,7 assistências, 1,4 roubos de bola e 34% de aproveitamento em arremessos de três pontos, além de 74% de aproveitamento em lances livres, em 27,8 minutos por exibição.

O que devemos ficar de olho: Temos de notar três coisas principais no jogo de Walker: o atleticismo, a habilidade com a bola e na sua maneira de se portar bem defensivamente.

O atleticismo: Alto para a posição de armador e comparado com Bradley Beal, Victor Oladipo e principalmente Dwayne Wade, Walker não é nem um pouco fraco, sendo descrito até de certa forma como “uma futura aberração física”. Ele combina bons movimentos de força e consegue utilizar da mesma para efetuar jogadas acrobáticas e bandejas aéreas. Também deve ser destacada neste mesmo tópico sua enorme facilidade para incomodar os adversários, principalmente dentro do garrafão. Fora dele, sua capacidade física ajuda tanto defensivamente quanto ofensivamente. Seu jogo de transição continua sendo algo também muito falado e visto, mesmo após a lesão no joelho, o jogador segue tendo condição atleticista de elite.

Habilidade com a bola: Mesmo sendo um jogador que busca o contato e depende de explosão e velocidade para pontuar, Walker tem virtude incomum que também deve ser destacada: sua média de 1,5 desperdício de bola a cada 36 minutos em quadra mostra um controle de bola muito bom. O ala-armador também é colocado como um arremessador de elite no universitário, podendo chutar de qualquer lugar da quadra, o que explica o aproveitamento de mais de 34% das bolas vindas do perímetro, além de acerto de quase 74% nos lances livres. O futuro novato do Spurs ainda possui a qualidade que todo armador quer ter, que é a de criar o próprio arremesso, a ainda apresente um “catch & shoot” muito positivo.

Se portando na defesa: Como consequência de uma condição física muito boa e um atleticismo acima da média, Walker também é muito bom em uma coisa que Gregg Popovich adora: defesa. A maneira como age lateralmente é muito boa, o que o ajuda na hora de marcar. Também é colocado como um jogador que se sai muito bem no um contra um e pode cobrir um bom espaço de quadra. Com sua habilidade física, oponentes não se sentem confortável com ele perto.

Os contras: Ele já deve ter impressionado você. Eu sei, eu fiquei impressionado também. Mas nem tudo são flores, e por isso vou falar alguns aspectos de Walker que podem melhorar.

Com a bola na mão: Embora o arremesso de Walker e seu potencial de criar seu próprio chute sejam bons, um jogador que desperdiça tão pouco a bola tem que saber escolher quando definir e ter melhor controle dela na mão, e o ala-armador peca nisso em alguns momentos. Falta visão de quadra, e sua tomadas de decisão faz com que algumas jogadas tornem-se precipitadas, com finalizações que não vão para cesta ou contestadas com uma marcação muito forte. Para complicar mais, não consegue iniciar muito bem lances em função da falta de dinamismo.

Hora do físico: Por mais que sobrem elogios para o quesito físico, há pontos que ainda fazem Walker cometer alguns erros. Sua baixa produtividade em rebotes é algo notável e até surpreendente – foram 3,7 por jogo na temporada. Outro número que não agrada: somente 58,6% de aproveitamento ao redor torno da cesta para um jogador que utiliza muito disso.

É bom na defesa, entretanto precisa melhorar: Walker consegue preencher os espaços e incomodar o arremessador adversário, mas ainda peca na falta de instintos no momento de fazer a leitura correta da jogada. Isso reflete no número de roubadas de bola – para alguém que com as condições que o ala-armador tem, poderia ser um grande ladrão. Por mais que o jogador seja um “two-way player”, conseguindo colaborar dos dois lados da quadra, suas noções de quadra tanto defensivamente quanto ofensivamente são péssimas e precisam ser melhoradas.

Essa é uma análise rápida do novo jogador do Spurs, que por muitos foi colocado como uma das grandes “steals” desse draft. Vamos aguardar, assistir e ver do que o jovem ala-armador é capaz de fazer na Summer League e futuramente no elenco principal da franquia texana.

Opinião: Leonardo Lasso, do Live College Brasil

Gregg Popovich e o San Antonio Spurs. Parece um roteiro já conhecido, mas sempre com novidades. Em mais um draft, a franquia texana conseguiu recrutar dois bons jogadores. Na escolha 18, o alvinegro selecionou Lonnie Walker, ala-armador ex-Universidade de Miami. Na segunda rodada, com a escolha 49, recrutou Chimezie Metu, pivô ex-Southern California.

Dentre as possibilidades, o Spurs teve ótimas escolhas. Pós-loteria, Walker era o mais talentoso. Foi passado por times que entre as escolhas 15 e 17, sobrando para o alvinegro.

Já consolidado ofensivamente, Walker tem bom arremesso do perímetro (embora tenha registrado somente 35% de aproveitamento na temporada passada) e de média distância. Sai muito bem depois do drible para o arremesso. Pode criar seu próprio jogo. Com 1,93m, não é dos alas-armadores mais altos, mas tem braços longos e envergadura razoável, o que o permitirá evoluir defensivamente, ainda mais nas mãos de Pop.

Tem sérios problemas criando para os companheiros e ajudando nos rebotes. Walker só teve 3,7 rebotes e 2,7 assistências a cada 40 minutos na NCAA, números fracos. Inteligente fora da quadra, tem facilidade para entender novos esquemas de jogo. Ponto favorável em um time que preza pela movimentação de bola e pelo QI de basquete de seus jogadores.

Na escolha 49, um dos maiores steals da segunda rodada. Metu era considerado até janeiro um jogador de loteria. Teve 15,7 pontos e 7,4 rebotes de média por exibição jogando pela equipe de USC. Seu desenvolvimento ofensivo ficou abaixo do esperado, e por isso o pivô caiu tanto no Draft. É longo, atlético e ágil, mas com pouco refino técnico.

Trará energia do banco de reservas nos dois lados da quadra, mas precisa evoluir bastante, pelo potencial que tem, para ser um jogador consolidado na rotação dos Spurs.

Walker tem um dos melhores potenciais do Draft, e Metu pode ser uma grata surpresa, ainda mais na segunda rodada. Resumindo, o Draft dos Spurs foi Top 5 desta temporada.

Spurs seleciona Walker e Metu no Draft de 2018

Nessa quinta-feira (22), o San Antonio Spurs adquiriu os direitos de dois jogadores por meio do Draft da NBA, realizado em Nova York. Com a 18ª escolha do recrutamento de calouros, a franquia texana selecionou Lonnie Walker IV, com a 49ª selecionou Chimezie Metu.

Walker cumprimenta Adam Silver, comissário da NBA (Jesse D. Garrabrant/NBAE via Getty Images)

Ala-armador de 19 anos de idade e 1,93m de altura, Walker acaba de concluir sua primeira temporada no basquete universitário americano, na qual apresentou médias de 11,5 pontos, 2,6 rebotes e 1,9 assistências em 27,8 minutos por exibição por Miami, convertendo 41,5% de seus arremessos de quadra, 34,6% de suas bolas de três pontos e 73,7% de seus lances livres.

De acordo com o Stepien, site especializado no Draft, sua combinação de tamanho, atleticismo, ritmo de arremesso, habilidade como finalizador perto do aro e agilidade tornam Walker um prospecto interessante. No entanto, o ala-armador se recuperou de lesão no menisco do joelho direito e teve dificuldades para encontrar seu papel em um time universitário cheio de jogadores para as posições 1 e 2. Além disso, sua falta de instintos dos dois lados da quadra poderia atrapalhar. Se desenvolvido da maneira correta, pode se tornar um jogador que contribui regularmente dos dois lados da quadra, especialmente com defesa de perímetro e arremessos de três pontos, mas será preciso muito trabalho até que o jogador consiga chegar lá.

Metu, por sua vez, é um pivô de de 21 anos de idade e 2,11m de altura que acaba de concluir sua terceira temporada no basquete universitário americano, na qual apresentou médias de 15,7 pontos, 7,4 rebotes e 1,7 tocos em 31 minutos por exibição por USC, convertendo 52,3% de seus arremessos de quadra, 30% de suas bolas de três pontos e 73% de seus lances livres.

De acordo com Jeremy Woo, especialista em Draft da revista americana Sports Illustrated, Metu tem atleticismo acima da média, com potencial para proteger o aro e também para defender o perímetro. Além disso, durante seus três anos no basquete universitário, melhorou seu arremesso e se tornou mais refinado, desenvolvendo o passe e o controle de bola. Por outro lado, parece ter um nível inferior ao seu talento, com o esforço em quadra desaparecendo em determinadas oportunidades. Além disso, o jovem pivô não apresenta bom jogo de costas para a cesta e possui dificuldades para finalizar jogadas utilizando a sua mão esquerda.