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Spurs (13-4) @ Heat (11-3) – Quem precisa de titulares?

100×105

Mesmo desfalcado de seus principais jogadores, o San Antonio Spurs mostrou muita garra, lutando até o final, e por pouco não conseguiu uma improvável vitória diante do atual campeão Miami Heat nesta quinta-feira (29). Mas, no fim, pesou a experiência e poder de decisão das estrelas da Flórida e o time da casa saiu com a vitória, 105 a 100. Vamos ao que de melhor (e pior) aconteceu na noite.

Popovich desagradou poderosos ao apostar em seus reservas. Mas será que ele estava errado?

Cadê o Big Three?

O técnico Gregg Popovich tomou uma decisão polêmica antes da partida: para poupar seus principais jogadores, mandou as estrelas do Big Three – Tony Parker, Manu Ginobili e Tim Duncan -, junto com o ala Danny Green, de volta para o Texas logo após a vitória sobre o Orlando Magic, na noite de quarta-feira. Com isso, o Spurs foi à quadra com o time titular formado por Patrick Mills, Nando De Colo, Boris Diaw, Matt Bonner e Tiago Splitter.

A manobra de Pop levantou a fúria do comissário geral da NBA David Stern, que prometeu punições ao time texano. A partida era considerada a principal atração da noite e seria transmitida para todo o território americano pela TNT, e o manda-chuva liga – provavelmente prevendo um massacre de LeBron James e companhia -, soltou aos quatro ventos a sua irritação. Qual terá sido a reação do todo poderoso ao assistir uma para disputada até o final e decidida somente nos últimos segundos?

Deixa com a gente

Sem as grandes estrelas, os coadjuvantes ganharam uma chance de ouro para mostrar serviço. E não decepcionaram. Apresentando um basquete coletivo e de altíssimo nível, os reservas deram um verdadeiro show. Os rivais, estarrecidos, pareciam não acreditam no que estavam vendo. O técnico adversário, Erik Spoelstra, parecia não saber muito bem o que fazer. Nem o mais otimista torcedor texano poderia prever o que estava acontecendo. Por muito pouco o Spurs e seus “operários” não fizeram história na Flórida.

James Anderson, é mesmo você?

Estou aqui, professor!

Dois jogadores, em especial, tiveram atuações que merecem ser ainda mais destacadas. Um deles é Nando De Colo, que em sua primeira aparição como titular na NBA mostrou personalidade mesmo diante de rivais do gabarito de Lebron James e Dwyane Wade. O francês atuou boa parte do tempo como armador principal e já parece na frente de Patrick Mills na preferência do treinador. Pesando contra, apenas o elavado número de desperdícios de bola: cinco no total.

Já o outro foi James Anderson. Contratado para suprir as ausências dos lesionados Kawhi Leonard e Stephen Jackson, o ala atuou por 20 minutos, saindo do banco de reservas, e pontuou com arremessos longos e belas bandejas. Ainda conseguiu um toco desmoralizante em Mike Miller em um contra-ataque. Parece que ele voltou mesmo para ficar.

Por que, Neal???

Depois de conseguir o improvável, o Spurs vencia a partida até menos de um minuto para o final, graças a um arremesso de três pontos quase milagroso de Gary Neal. Mas o camisa #14 foi do céu ao inferno em poucos segundos. Um dos mais acostumados a decisões em quadra, o ala-armador recebeu de Pop a missão de comandar o time nas últimas posses de bola e acumulou lambanças. Primeiro, se enrolou com a marcação de Ray Allen no meio da quadra e forçou um arremesso a quase três passos da linha do perímetro. Já com os rivais na frente, Neal se complicou novamente na marcação, caiu entre dois adversários e perdeu a bola para LeBron James, cometendo falta em seguida. A seis segundos do final e com o Spurs atrás por três pontos, Neal teve a chance de empatar, mas forçou novo arremesso longo com a defesa pressionada, que acabou não caindo e sacramentou a derrota.

Destaques da partida

San Antonio Spurs

Gary Neal – 20 pontos e sete assistências

Tiago Splitter – 18 pontos e nove rebotes

Nando De Colo – 15 pontos, seis rebotes e cinco assistências

Boris Diaw – 12 pontos e seis rebotes

Matt Bonner – Dez pontos e dez rebotes

Miami Heat

LeBron James – 23 pontos, nove rebotes e sete assistências

Dwyane Wade – 19 pontos, cinco rebotes e cinco assistências

Chris Bosh – 18 pontos e 12 rebotes

Spurs não procurou Mickael Pietrus

Diferente do que foi noticiado pela mídia norte-americana, o San Antonio Spurs não chegou a fazer uma proposta para o ala francês Mickael Pietrus, agente livre que defendeu o Boston Celtics na última temporada. De olho no mercado por conta das lesões dos alas Kawhi Leonard e Stephen Jackson, o  time tem sido centro de diversas especulações nos últimos dias.

Fica para a próxima? (David Dow/NBAE/Getty Images)

As especulações eram de que o Spurs teria oferecido um contrato mínimo para o atleta, que prontamente havia negado a proposta por esperar um salário maior. O jornal francês Le Parisien, porém, informa nesta quinta-feira que sequer foi feito qualquer tipo de contato entre a franquia e Pietrus. A falta de confirmação do interesse aconteceu por conta da aposta do Spurs em jogadores que já haviam feito parte do elenco, mas que estavam na D-League: Cory Joseph e James Anderson.

Os dois jogadores estiveram presentes no banco durante a vitória sobre o Boston Celtics, mas não foram acionados por Gregg Popovich. Sem Jackson e Leonard, o treinador optou por colocar Gary Neal como titular e deu mais minutos para os jogadores do banco. O novato armador Nando De Colo e o pivô brasileiro Tiago Splitter estiveram entre os maiores beneficiados pela nova rotação montada pelo técnico.

Reconstruindo o Spurs – As alas

Nesta sexta-feira (6), darei continuidade ao Reconstruindo o Spurs, série especial de colunas que preparei para falar sobre o elenco do San Antonio Spurs e sobre possíveis movimentações da franquia texana nesta offseason. Após analisar os armadores do plantel, chego às posições 2 e 3, as alas.

Neste ano, Gregg Popovich usou dois jovens talentosos como titulares e dois veteranos vindo do banco de reservas, o que, durante a temporada regular, ajudou a equipe a apresentar um bom basquete durante 48 minutos. No entanto, nos playoffs, alguns desses jogadores sentiram a pressão das partidas importantes e caíram de produção. Veja a análise completa deste panorama a seguir.

‘Tios’ em meio à garotada

1) O elenco

Manu Ginobili – Membro do Big Three texano, Ginobili foi prejudicado por contusões e só conseguiu jogar 34 das 66 partidas do Spurs na temporada regular, apresentando médias de 12,9 pontos (52,6% FG, 41,3% 3 PT, 87,1% FT) e 4,4 assistências em 23,3 minutos por exibição. Porém, na final da Conferência Oeste, contra o Oklahoma City Thunder, o ala-armador mostrou sua importância para a equipe e passou a anotar 18,5 pontos (44,8% FG, 33,8% 3 PT, 85,7% FT) por partida. Vale lembrar que o argentino tem contrato válido até o fim da próxima temporada.

Kawhi Leonard – Fazia tempo que um novato não causava impacto tão positivo em San Antonio. Nem mesmo George Hill, queridinho assumido de Gregg Popovich, foi titular nos playoffs em sua primeira temporada com o Spurs. Leonard se destacou por sua habilidade defensiva e ainda por cima foi melhorando seu arremesso até se tornar uma ameaça sólida do perímetro. Na última temporada, o ala assumiu a vaga no quinteto titular após a saída de Richard Jefferson e apresentou médias de 7,9 pontos (49,3% FG, 37,6% 3 PT, 77,3% FT) e 5,1 rebotes em 24 minutos por noite.

Stephen Jackson – É incrível como o Capitão se sente à vontade no Texas. O ala chegou nas últimas semanas da temporada regular na troca que enviou Jefferson para o Golden State Warriors e, aos poucos, foi encontrando seu papel na rotação do Spurs. Até que, nos playoffs, Jackson se tornou um dos principais nomes do time de San Antonio, apresentando médias de 11,8 pontos (65,7% FG, 68,0% 3 PT, 88,9% FT) e dois rebotes em 23,7 minutos por exibição na série contra o Thunder. Ainda tem mais um ano de contrato.

Danny Green – Principal surpresa do elenco texano na última temporada, Green saiu do fim do banco para ganhar a vaga de ala-armador titular após a contusão de Ginobili e tomou conta da posição, apresentando médias de 10,3 pontos (46,3% FG, 46,3% 3 PT, 81,4% FT) e 3,5 rebotes em 24,4 minutos por partida. Por isso, o jogador, que é agente livre restrito neste verão, despertou o interesse de Boston Celtics e Utah Jazz. No entanto, o atleta sentiu o peso dos playoffs, e, na pós-temporada, seus números caíram para 7,4 pontos (41,8% FG, 34,5% 3 PT, 70% FT) e 3,2 rebotes em 20,5 minutos por jogo. Mesmo assim, o Spurs, que tem o direito de igualar qualquer oferta feita pelo camisa 4, afirmou que pretende mantê-lo.

Gary Neal – Após uma animadora temporada de novato, Neal foi, na minha opinião, prejudicado em 2011/2012. Isso porque o atleta teve de ser deslocado para a função de armador reserva depois da aposentadoria de T.J. Ford, já que Cory Joseph se mostrou imaturo para a NBA. Em relação a seu primeiro campeonato na liga profissional americana, os números do camisa 14 sofreram ligeiro aumento: de 9,8 para 9,9 pontos e de 1,2 para 2,1 assistências por partida. Em compensação, o aproveitamento nos arremessos caiu de 45,1% para 43,6% e os rebotes, de 2,5 para 2,1 por jogo. No entanto, Neal segue sendo um jogador barato: o Spurs pode mantê-lo por pouco mais de US$ 850 mil na próxima temporada.

James Anderson – O jovem jogador, que pode atuar nas posições 2 e 3, sempre mostrou potencial na defesa e, principalmente, nos arremessos de três pontos. Porém, quando era novato, foi atrapalhado por uma lesão que o tirou de quase toda a temporada. Em seu segundo campeonato, teve a chance de virar titular após a lesão de Ginobili, mas não correspondeu e acabou no fim do banco em um elenco recheado de alternativas para o perímetro. Agora, provavelmente está de saída – o Spurs tinha a opção de mantê-lo por mais um ano, mas preferiu deixá-lo virar agente livre. Nesta temporada, Anderson disputou 51 das 66 partidas do time de San Antonio e apresentou médias de 3,7 pontos (37,9% FG, 27,9% 3 PT, 75,0% FT) e 1,5 rebotes em 11,8 minutos por exibição.

2) O Draft

Com somente uma escolha no tradicional recrutamento de calouros – que, por sinal, era a 59ª e penúltima – o Spurs selecionou um ala-armador que deve reforçar o elenco para a próxima temporada. Será mais um achado da franquia? Conheça-o melhor a seguir:

Marcus Denmon – Atuando em sua quarta e última temporada no basquete universitário por Missouri, Denmon apresentou médias de de 17,7 pontos (46% FG, 40,7% 3 PT, 89,6% FT) e cinco rebotes em 34,6 minutos por noite. Relatórios de olheiros feitos antes do Draft elogiavam a eficiência para pontuar, a habilidade defensiva e a inteligência do jogador em quadra, mas alertavam para sua baixa estatura para atuar na posição 2. Por isso, seu estilo é comparado ao de Eddie House. O atleta deve formar dupla de armação com Joseph na Summer League, que começa a ser disputada no próximo dia 13.

3) Na Europa

Nos Drafts dos últimos anos, o Spurs adquiriu o direito de três alas que atuam no Velho Continente. No entanto, até aqui, parece que nenhum deles reforçará o elenco já para a próxima temporada. Mesmo assim, conheça-os melhor a seguir:

Adam Hanga – Selecionado pelo Spurs na 59ª escolha do Draft de 2011, Hanga acaba de terminar sua primeira temporada no basquete espanhol atuando no Assignia Manresa. O jogador, que pode atuar nas posições 2 e 3, apresentou médias de 7,8 pontos (39,7% FG, 27,0% 3 PT, 67,0% FT) e 2,4 rebotes em 21 minutos por jogo. Aos 23 anos de idade, o húngaro foi observado pela comissão técnica da franquia texana nesta offseason.

Davis Bertans – Com apenas 19 anos de idade, o letão, que pode atuar nas posições 3 e 4, é uma das principais apostas para o futuro do Spurs. Nesta temporada, o jogador se transferiu para o Partizan, da Sérvia, e atuou em 26 partidas na competitiva Liga Adriática, apresentando médias de 3,6 pontos (41,0% FG, 36,2% 3 PT, 66,7% FT) e 1,3 rebotes em pouco menos de 14 minutos por partida. Assim como Hanga, Bertans também foi observado pela comissão técnica da franquia texana nesta offseason.

Viktor Sanikidze – Selecionado pelo Atlanta Hawks na 42ª escolha do Draft de 2004 e em seguida trocado para o Spurs, o georgiano, que pode atuar nas posições 3 e 4, chegou a despertar, neste ano, o interesse da franquia texana, que mandou uma equipe para observá-lo na Europa. No entanto, o atleta deve ficar ao menos mais uma temporada no Velho Continente. No último Campeonato Italiano, atuando com as cores do Virtus Bologna, Sanikidze apresentou médias de 12 pontos (48,1% FG, 30,4% 3 PT, 63,7% FT) e 10,9 rebotes em 32,4 minutos por exibição.

4) No mercado

Por enquanto, o Spurs foi atrás de três alas nesta offseason: Nicolas Batum, que eu considero uma ótima alternativa, Rashard Lewis, que poderia ser útil se topasse um salário razoável, e Josh Howard, que acho que não tem muito a acrescentar ao time. Confira outros que podem acabar virando opção para o time texano:

Grant Hill – O Spurs já tentou contratá-lo na última offseason. Então, porque não tentar de novo desta vez? Hill é a cara do Spurs – veterano, com bom comportamento, boa defesa e arremesso mortal do perímetro. Pode ser uma excelente reposição caso Green deixe San Antonio. Na última temporada, atuando pelo Phoenix Suns, o ala apresentou médias de 10,2 pontos e 3,5 rebotes por noite. Se tornou agente livre irrestrito no último dia 1º.

Jeff Green -É bem verdade que contratar o jogador seria uma aposta arriscada, já que Green perdeu toda a última temporada por conta de um problema cardíaco. Mas confesso que o jogador é um de meus prediletos desta lista. Sua boa capacidade defensiva e, principalmente, sua precisão nos arremessos de três pontos o tonrariam um bom substituto para Green, com um bônus: ele pode atuar improvisado como ala-pivô, o que daria mais uma alternativa interessante de small-ball para Pop, que já conta com Leonard e Jackson. O ala é agente livre irrestrito.

Shannon Brown – Outro que jogou no Phoenix Suns na última temporada. Brown, que tem uma boa defesa e um atleticismo acima do comum, poderia servir como peça de reposição caso Neal ou Green deixem o time. Na última temporada, o ala-armador, que é agente livre irrestito na offseason, apresentou médias de 11 pontos e 2,7 rebotes por jogo.

Anthony Parker – Mais um com a cara do Spurs. Parker se credencia a ser uma boa contratação para a equipe texana por ser veterano, com bom comportamento, por ter uma boa defesa de perímetro e, principalmente, por ter um arremesso preciso da linha de 3 pontos. Por isso, o jogador, que é agente livre irrestrito nesta offseason, poderia ocupar tanto a vaga de Neal quanto a de Green. Na última temporada, atuando pelo Cleveland Cavaliers, o ala-armador apresentou médias de 7,2 pontos e 2,7 rebotes por exibição.

Spurs (48-16) @ Blazers (28-37) – GREENSANITY!

San Antonio Spurs124X89Portland Trail Blazers

Liderança do Oeste sacramentada, massacre em cima do Portland Trail Blazers, excelente desempenho de toda a equipe e uma atuação mitológica de Danny Green. Essa foi a noite desta segunda-feira (23) para o San Antonio Spurs. Em sua antepenúltima partida na temporada regular, a equipe, jogando em seus domínios, conquistou mais uma vitória – a oitava consecutiva.

Na onda do Greensanity, Danny Green tenta imitar Jeremy Lin com seu olho esquerdo

GREENSANITY!

18 pontos em apenas 14 minutos, um tocaço em Craig Smith, 100% de aproveitamento nos arremessos. Danny Green defende, se entrega dentro e fora de quadra, tem um arremesso de três pontos afiado, sabe atacar, faz jogadas bonitas e cresce nos momentos decisivos. Ele tem a cara do San Antonio Spurs, e anotem: vai jogar muito nos playoffs! Vocês ainda ouvirão falar da Greensanity!

Time é tudo

Mais uma excelente partida coletiva do Spurs. Foram 33 assistências – maior marca da equipe na temporada – e seis jogadores com mais de dez pontos (até James Anderson!!!). E ainda sobrou tempo para todo mundo descansar, já que, além de Tim Duncan, que havia sido poupado na última partida, contra o Cavs, ninguém jogou mais de 25 minutos.

Abram o olho: Spurs vem aí

O Oeste é nosso!

Com a vitória, o Spurs garantiu a primeira colocação no Oeste e o mando de quadra no jogo sete em todos os duelos dos playoffs da conferência. A equipe também igualou a campanha do Chicago Bull, e torce para um tropeço do líder do Leste para garantir a melhor campanha geral da NBA.

Preocupante…

Gary Neal saiu de quadra com um aparente problema no ombro esquerdo. Até o momento, ninguém informou se a lesão foi grave e se o jogador vai perder alguma partida por conta dela. Torçamos para que não seja nada preocupante e que possamos ver Neal e seu arremesso certeiro na pós-temporada.

The end

A temporada regular está chegando ao fim (ouvi um amém?). Nos dois jogos restantes, o Spurs vai enfrentar fora de seus domínios o Phoenix Suns, que ainda briga por uma vaguinha nos playoffs, na quarta-feira (25), e o Golden State Warriors, na quinta (26) – último dia da temporada regular. É torcer para que consigamos a melhor campanha geral e, mais importante, para que ninguém se lesione!

Destaques da Partida

San Antonio Spurs

Danny Green – 18 pontos (100% FG) em 14 minutos jogados

Tim Duncan – 18 pontos, oito rebotes e quatro tocos

Tony Parker – 13 pontos, sete rebotes e seis assistências

Stephen Jackson – 12 pontos e cinco roubadas de bola

Portland Trail Blazers

Wesley Matheus – 24 pontos e seis rebotes

J. J. Hickson – 14 pontos e dez rebotes

Raymond Felton – 13 pontos e sete assistências

Jogador é burro em qualquer esporte…

Caindo no conceito...

Quem nunca criticou um jogador de futebol por trocar de time, por assinar um contrato ruim ou por criar intriga nos bastidores só para ser negociado? Essa é uma realidade pra lá de comum neste esporte, mas a falta de cérebro também atinge outras modalidades.

Ficamos sabendo na terça-feira de Carnaval que o ala-armador James Anderson, através de seu agente, estaria requisitando uma troca. Anderson foi a 20ª escolha do Draft de 2010 após construir uma boa carreira na Oklahoma State University, mas perdeu boa parte de sua primeira temporada por conta de uma fratura no pé.

Com a chegada do novo ano, esperava-se um novo James Anderson, mas o que estamos vendo é um jogador inconstante e pouco produtivo. O camisa 25 recebeu uma grande chance durante a ausência de Manu Ginobili. Sem o argentino, Gregg Popovich testou o ala-armador como titular antes de qualquer outro atleta – prova de que tinha confiança nele. James, todavia, decepcionou e foi perdendo espaço. Nesse meio tempo, surgiu o polivalente Danny Green, que, ao contrário de seu “rival”, abraçou a oportunidade que lhe foi dada e ganhou a simpatia de todos.

Além do “surgimento” de Danny Green, Anderson ganhou outro concorrente de peso: Gary Neal. O ala-armador, que havia sido operado para retirada do apêndice no final do último ano, reconquistou seus minutos rapidamente. Esse inchaço de alas no elenco colocou Gregg Popovich numa sinuca de bico. Com Green, Neal e Kawhi Leonard jogando bem, ficou difícil encontrar um espacinho para James Anderson.

Nesse meio tempo, a diretoria texana resolveu desistir da aposta feita em 2010. Ao invés de optar por exercer o terceiro ano de contrato do jogador, R.C. Buford e Gregg Popovich simplesmente deixaram ele livre para testar o mercado. Essa odisseia toda culminou com o polêmico – e suposto – pedido de troca anunciado ontem pelo jornalista Buck Harvey.

Anderson tem todo o direito de ir embora e procurar um time onde possa desenvolver seus talentos, mas acho que as coisas vêm caminhando de um jeito pouco inteligente. Primeiro que o San Antonio Spurs estava no meio de uma sequência de 11 vitórias consecutivas quando esse papo de troca surgiu, e segundo porque o atleta ainda tem chances de mostrar que tem potencial – vide a partida de ontem contra o Portland TrailBlazers, quando ele ficou em quadra por 35 minutos e foi muito mal. Se tivesse ido bem e se concentrasse nisso, com certeza colocaria uma pulguinha atrás da orelha do treinador, mas, como digo no título deste post, jogador é burro…

Digo mais: Anderson está num time forte, um dos favoritos ao título da NBA. Se estivesse na pele dele, esperaria até o final da temporada, tentaria dar meu melhor quando fosse chamado e sairia no meio do ano para quem me oferecesse um contrato mais vantajoso. Mas será que isso é difícil? Contra o Utah Jazz, por exemplo, o camisa 25 jogou boa parte do último período e foi muito bem – acertou até uma bola decisiva de três pontos.

Faço toda essa crítica pois fico chateado com esses rumores. Gosto do James Anderson e acho que ele tem futuro na NBA, mas infelizmente ele está tomando um caminho errado nesse começo de carreira. Ah, e prefiro nem entrar no mérito do relacionamento entre agentes e jogadores, pois tenho certeza que esse agente está “fazendo a cabeça” do seu jovem cliente…