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Dilema no banco
Kyle Anderson fez excelente Summer League em Las Vegas e ajudou, ao lado de Jonathan Simmons, o San Antonio Spurs a conquistar o torneio. O ala foi eleito como melhor do campeonato ao registrar boas médias de 22 pontos e 5,8 rebotes por partida.
Depois deste começo de temporada animador, esperava-se que Anderson fosse ter um papel expressivo na equipe principal do técnico Gregg Popovich. Pois bem, sete jogos se passaram para o time de San Antonio desde o início da temporada regular, e o que estamos vendo até aqui é completamente diferente do que era esperado. O camisa #1 está jogando mal e, sem confiança, vem perdendo espaço para o veterano Rasual Butler.
Por que Anderson está jogando mal?
Simplesmente porque ele é incompatível com a segunda unidade do Spurs. Como vimos na Summer League, Anderson é aquele tipo de jogador cerebral, que precisa ter a bola e conduzir o jogo para ser realmente útil. Observe o vídeo a seguir:
No time principal, no entanto, Manu Ginobili e Patty Mills têm esse papel no time reserva, forçando Anderson a atuar de uma forma que encobre suas habilidades, ou seja, sem a bola e dependendo muito do seu irregular arremesso e de sua inexistente velocidade.
Muito por isso, Pop dá mais espaço a Butler, que fez um bom trabalho sempre que entrou.
E como encaixar Anderson no sistema?
Honestamente, acho improvável que o camisa #1 jogue como gosta ainda nesta temporada, ou seja, conduzindo a bola e comandando o ataque. É claro que muita coisa ainda vai acontecer, mas Anderson, pelo que estamos vendo até aqui, vai ter um papel bem limitado na segunda unidade do Spurs e jogará bons minutos apenas no garbage time.
Vejo, porém, dois cenários em que o ala pode se encaixar – um a curto e outro a longo prazo:
A curto prazo, vejo o camisa #1 substituindo Ginobili em back-to-back games, ou seja, em jogos em dias seguidos. Popovich gosta de descansar seus velhinhos em partidas assim para evitar um desgaste desnecessário. Sem o argentino, Anderson terá mais liberdade para armar os reservas ao lado de Patty Mills, podendo mostrar o seu real valor.
A longo prazo, por fim, Ginobili vai se aposentar ao fim da temporada e abrirá uma vaga no elenco. Se tudo correr como esperado, Anderson deverá então herdar seu papel.
Obviamente, isso tudo é muito hipotético, mas tratam-se de possibilidades plausíveis.
Para melhorar
Para assumir o posto do camisa #20, Anderson precisa melhorar em alguns pontos.
No ataque, é primordial que o ala melhore seu arremesso. Como disse lá em cima, seu chute ainda é muito inconsistente e pouco confiável. Se melhorar nesse aspecto, Anderson pode se tornar uma peça interessante até para jogar como um spot-up shooter, ou seja, aquele jogador que fica no cantinho só esperando receber a bola livre para atirar (estilo Danny Green).
Na defesa, por outro lado, o camisa #1 está longe de ser um primor. Tem melhorado, é verdade, mas ainda precisa trabalhar muito para ser considerado bom. Sua velocidade (ou falta de) atrapalha seu desenvolvimento – tanto que o ala é conhecido como slow-mo, referência a slow motion (câmera lenta em inglês) – e é outro ponto que merece cuidados.
Enfim, ainda há muita coisa que Anderson precisa trabalhar para virar peça importante na segunda unidade e ainda há muita temporada por rolar. Pelo que vi até aqui, todavia, tenho preferido Butler, que é mais experiente e tem contribuído melhor nos dois lados da quadra.
Ginobili fala sobre permanência no Spurs e futuro
Recentemente, Manu Ginobili deu uma entrevista para o jornal argentino La Nación para revelar se continuaria ou não jogando pelo San Antonio Spurs, o que acabou se confirmando. Além disso, o camisa 20 falou sobre as novidades na equipe, suas expectativas e o futuro.

Ginobili se prepara, aos poucos, para o adeus (NBAE/Getty Images)
“Eu não posso mais ficar na quadra jogando 30 minutos em 82 jogos, não importa o quanto eu queira fazer isso, não dá. Mas eu me considero importante para a equipe como um craque ou líder, mas sei que meu jogo não tem mais o mesmo efeito. Eu sei que não sou mais decisivo como antes, então, não crio grandes expectativas em relação a isso”, disse Ginobili.
“Anos atrás, a equipe dependia de mim para decidir. Agora, temos (Kawhi) Leonard para assumir isso. Temos (Tony) Parker, ou (LaMarcus) Aldridge, ou quem quiser” – completou.
Anos e anos dentro da equipe fizeram com que o argentino, assim como os outros membros do Big Three, tivesse uma função que vai muito além de apenas jogar basquete. Eles agem como assistentes técnicos, conversando com os outros jogadores e orientando os mais novos.
“Depois de 13 anos, eu sei como esse sistema funciona. Eu sei como o (Gregg) Popovich pensa, então eu posso conversar com os outros jogadores. Nos momentos em que ele está maluco com a equipe e pode dizer algo impróprio, eu posso impedi-lo e apontar o seu erro. Esse conhecimento faz as coisas correrem bem dentro do time”, conta Ginobili.
Manu foi questionado sobre o quanto é importante para ele vencer um título neste ponto de sua carreira tão vitoriosa. O jogador foi bastante sincero em sua resposta.
“Não tanto quanto há dois anos. Aquelas finais contra o Miami Heat em 2013 me mudaram significativamente. Eu estou mais calmo. Eu atingi a maturidade tarde na minha carreira. Há derrotas e há derrotas. 2013 foi muito frustrante, mas nos levou direto para a vitória em 2014. Algumas derrotas machucam tanto que fazem você dar todo o seu melhor na próxima vez. Você não quer que a sorte seja um fator”, explica o ala-armador argentino.
Toda a expectativa gerada em cima de sua decisão de ficar no time ou se aposentar gerou uma pressão bem grande. Foi preciso um tempo com sua família para pensar melhor. Além disso, Popovich e alguns jogadores da equipe também conversaram com ele.
“Minha esposa disse que me queria mais em casa, mas ao mesmo tempo não estava preparada para me ver aposentar. Isso afeta a todo mundo além de mim. São anos me vendo fazer a mesma coisa. A aposentadoria é algo traumático para um atleta. Então, minha família me incentivou, e Popovich deu o empurrão necessário”, disse.
Apesar de ter prorrogado sua permanência na equipe, o argentino sabe que o momento de dizer adeus às competições profissionais está a cada momento mais próximo.
“Eu venho me preparando para este momento já faz um tempo. Eu vou sentir saudades do clima do vestiário, das competições, da adrenalina dos jogos. Isso é inevitável. Nada do que eu faça vai, de fato, me preparar para as emoções que um último jogo traz, mas eu me sinto mais preparado para isso do que a quatro anos atrás”, finaliza o lendário camisa #20.
Spurs (10-3) @ Pacers (6-8) – Valeu pela vitória
104×97
Sabe aquela velha frase “o importante são os três pontos”, usada à exaustão nos campos de futebol pelo Brasil? Pois seria mais ou menos o discurso dos jogadores do San Antonio Spurs após a vitória por 104 a 97 sobre o Indiana Pacers. Foi um jogo feio, sofrido, mas que no final rendeu mais um triunfo no bom começo de temporada dos texanos.

Na careta de Manu Ginobili, um retrato do que foi a partida
Pegando fogo!
Apesar dos problemas apresentados pela equipe de forma coletiva, Tony Parker teve sua melhor aparição na temporada até agora. O armador começou com tudo a partida, acertando nove de seus primeiros dez arremessos, e antes mesmo do intervalo batia a marca de 20 pontos anotados – importantíssimos para manter o time vivo durante o primeiro tempo. O camisa #9 voltou a ser o “bom e velho” Parker, infiltrando com confiança e comandando o time com suas jogadas individuais em momentos críticos. No fim, o francês deixou a quadra com 33 pontos, sua melhor marca em 2012/2013.

Sem Tony Parker, tudo estaria perdido
Apagão geral
Depois de um bom início de partida, o Spurs caiu de desempenho de forma impressionante quando os reservas começaram a entrar em quadra. O banco, importante arma em outros jogos, sofre com as ausências de Kawhi Leonard e Stephen Jackson, o que ficou claro quando a equipe sofreu a virada e deixou o rival abrir ainda no segundo quarto. O problema é que nem mesmo a volta dos titulares reestabeleceu a ordem e os texanos continuaram perdidos no terceiro período.
Passividade
Em poucas oportunidades vi um San Antonio Spurs tão passivo em quadra como no terceiro quarto contra o Indiana Pacers. Defesa frouxa, ataque bagunçado e sem movimentação e a vantagem do adversário ultrapassou os 15 pontos. A equipe só se manteve no jogo graças às jogadas individuais de Parker e do incansável Tim Duncan.
A dupla, até então, anotara mais de dois terços da pontuação de todo o time. Por incrível que pareça, a reação só começou quando Popovich chamou Matt Bonner para entrar em quadra pela primeira vez. Não o que o “Red Rocket” tenha tido uma atuação memorável, mas nos nove minutos em que ficou em quadra, o saldo foi de +6 pontos a favor do Spurs.
Gênio é gênio
Popovich começou o último quarto com uma formação estranha, com três homens grandes, Diaw, Bonner e Splitter, acompanhados de Mills e Manu, e a desvantagem caiu para apenas dois pontos. Mas uma sequência de erros ofensivos fez com que a diferença subisse novamente para 11. Foi então que brilhou a estrela do gênio argentino. Com duas jogadas consecutivas de falta e cesta, Manu colocou o Spurs de novo na rota, quando o barco já parecia afundar. A sequência levantou os ânimos dos companheiros, que a partir de então mudaram a postura, principalmente na defesa, acuando o adversário até conseguir a virada.
Destaques da partida
San Antonio Spurs
Tony Parker – 33 pontos e dez assistências
Tim Duncan – 22 pontos e 17 rebotes
Manu Ginobili – 19 pontos
Indiana Pacers
David West – 22 pontos e oito rebotes
Paul George – 15 pontos e quatro rebotes
Roy Hibbert – Dez pontos e 11 rebotes
Spurs (8-3) @ Celtics (6-5) – Temporada Regular
San Antonio Spurs @ Boston Celtics – Temporada Regular
Data: 21/11/2012
Horário: 22h30 (Horário de Brasília)
Local: TD Garden
Cotação no Apostas Online: Spurs 1,82 (favorito) @ Celtics 2,00
O San Antonio Spurs começa uma sequência de seis jogos longe do AT&T Center diante do Boston Celtics, um dos adversários mais experientes e difíceis de se encarar na NBA. Com as lesões de Kawhi Leonard e Stephen Jackson, o time texano recorreu à D-League e nessa partida contará com os reforços dos jovens Cory Joseph e James Anderson, que defendiam o Austin Toros e o Rio Grande Valley Vipers, respectivamente, nos últimos dias. Nos últimos três jogos, foram duas derrotas – para New York Knicks e Los Angeles Clippers – e apenas uma vitória, em boa exibição diante do Denver Nuggets. O triunfo em Boston é de utilidade máxima para que o time retome a regularidade e continue fixo nas primeiras colocações do Oeste.
PG – Tony Parker
SG – Gary Neal/Manu Ginobili
SF – Danny Green
PF – Boris Diaw
C – Tim Duncan
Fique de Olho – Com uma rotação de perímetro muito prejudicada pelas lesões de Leonard e Jackson, o Spurs precisará muito que Manu Ginobili jogue em nível acima do que vem apresentando. Contra Nuggets e Clippers, veio do banco e pontuou bem. Nos outros jogos, porém, quando não ficou fora por lesão, contribuiu pouco. Será essencial para que o time vença que ele pontue bem.
PG – Rajon Rondo
SG – Jason Terry
SF – Paul Pierce
PF – Brandon Bass
C – Kevin Garnett
Fique de Olho – Se o Spurs estivesse com todo seu time à disposição, a preocupação seria menor. Mas sem Leonard para marcá-lo, Paul Pierce tem tudo para ser o homem do Celtics no duelo. Maior pontuador da equipe, o ala deixou para trás um ano passado apenas mediano e voltou a ser a principal fonte de pontos do time, suprindo a saída sentida de Ray Allen.
Spurs (3-0) vs Jazz (1-2) – Complicou mas ganhou
110×100
O San Antonio Spurs recebeu o Utah Jazz na noite deste sábado (3) e conseguiu sua terceira vitória em três partidas disputadas na temporada. A equipe voltou a mostrar um jogo consistente e, apesar de ter vacilado e deixado o jogo mais difícil do que ele caminhava para ser, venceu o adversário com certa tranquilidade pelo placar de 110 a 100. Contando com a volta de Manu Ginobili e mais tempo de quadra para jogadores do banco, o time texano promoveu a estreia do novato Nando de Colo, que ficou apenas três minutos em quadra. Veja o que de melhor aconteceu no duelo.

É tóis, Green! (D. Clarke Evans/NBAE/Getty)
Repetitivo, mas a gente gosta
Está até cansando falar, mas novamente Tim Duncan foi o melhor jogador do Spurs em quadra – novamente ao lado do armador Tony Parker. O veterano parece fisicamente muito melhor do que esteve na última temporada e, bem utilizado por Gregg Popovich e bem auxiliado pelos jogadores de rotação, tem rendindo o suficiente para ser decisivo para o time. Mesmo em uma partida na qual não teve tantos minutos por conta do rodízio de atletas implantado pelo treinador, o ala-pivô conseguiu pontuar bem e pegar rebotes, além de, novamente, colaborar bem para trancar o garrafão com seus tocos – que têm aparecido em maior abundância nesse começo de temporada.
Olha quem voltou!

O retorno! (D. Clarke Evans/NBAE/Getty)
O retorno de Manu Ginobili ao time deve ser comemorada e, ao mesmo tempo, vista com cautela. O argentino voltou apresentando o bom e velho arsenal ofensivo e também colaborou na defesa, mas sem o mesmo destaque de outrora. O jogador, porém, será claramente poupado por Popovich ao longo do campeonato. Sua forma física parece apresentar leve melhora, mas está longe de ser ideal para aguentar o ritmo intenso de partidas que a NBA oferece na temporada regular. Será guardado para os playoffs e quando entrar, como fez hoje, será referência principalmente nos momentos em que as partidas apertarem – como foi o caso do duelo.
Acorda, Spurs!
O time apresentou no duelo contra o Jazz uma característica que foi bastante vista na temporada regular passada e preocupou bastante, chegando, por exemplo, à série decisiva em que foi eliminado pelo Oklahoma City Thunder: abrir boa vantagem no primeiro tempo, cochilar e tomar pressão no segundo.
Os dois primeiros períodos foram quase perfeitos, mas a volta do intervalo foi alarmante. O time dormiu e, quando se deu conta, o Jazz havia diminuído toda a vantagem que o Spurs construiu ao longo da partida.
Muito disso, é claro, se deve ao rodízio de jogadores que Popovich implantou, dando ao banco de reservas a maior utilização nas três partidas disputadas na temporada até o momento. Colaborou também a ótima partida de Mo Williams, armador adversário, que aproveitou a marcação frouxa nele e pontuou a torto e a direito. Fica o exemplo para que o time conserte esse tipo de erro e evite complicar jogos que caminhavam para ser mais fáceis. No final das contas, com o choque da complicação, o Spurs dominou amplamente o último quarto e obteve a vitória. Mas não precisamos de emoções desnecessárias, não é mesmo?
Bowen, é você?
Chama a atenção de qualquer um a maneira como Kawhi Leonard se comporta em quadra. Esforçado ao extremo, tem se mostrado um defensor ainda melhor do que o da última temporada, quando era novato. Sua sensatez na marcação também é aplicada nos arremessos, escolhidos a dedo pelo ala, que fez outra ótima partida. Pode não ter pontuado muito, mas foi fundamental para brecar a reação do Jazz nos momentos mais críticos, sendo o mais lúcido do time na defesa de perímetro. Cada vez mais, Leonard vai mostrando que a troca por George Hill valeu muito a pena.
Destaques da partida
San Antonio Spurs
Tony Parker – 24 pontos e dez assistências
Tim Duncan – 19 pontos, 11 rebotes e 7-14 nos arremessos de quadra
Kawhi Leonard – 13 pontos, cinco rebotes, três assistências e 5-5 nos arremessos de quadra
Manu Ginobili – Oito pontos e 4-7 nos arremessos de quadra
Tiago Splitter – Cinco pontos e cinco rebotes
Utah Jazz
Mo Williams – 29 pontos e nove assistências
Paul Millsap – 17 pontos e dez rebotes
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